O cinema produzido no pós-independência foi uma ferramenta fundamental na construção da nacionalidade moçambicana. Os filmes eram compreendidos como capazes de reconstruir o passado, projetar um futuro e uma maneira eficaz de divulgar um modelo de identidade nacional por todo o país.
Empolgados com o cenário que se desenhava em Moçambique, importantes cineastas foram atraídos para a experiência de produção audiovisual do país. Nesse contexto, José Celso Martinez Corrêa e Celso Luccas, ambos do Teatro Oficina, produziram e dirigiram um filme que demarcou o fim do Estado colonial e o início do governo da FRELIMO: o “25”.
O título do filme "25" deve-se a importância do dia 25, em diferentes anos e meses, para a história da FRELIMO e de Moçambique. O filme é composto por imagens de cinejornais, de arquivos da televisão portuguesa, de produções ficcionais e sequências de fotografias, acompanhadas por uma narração. O que o espectador vê reforça e valoriza aquilo que é dito. A figura do opressor português, a união entre os grupos que formaram a FRELIMO, a vitória conquistada pela luta armada, a derrocada dos símbolos coloniais, a alegria com a independência e a celebração de pessoas elevadas a categoria de heróis nacionais, são temáticas que norteiam a película.
No projeto político de construir uma nova nação o “25” teve um importante papel. Ainda que seus realizadores tenham entrado em desavença com os rumos do cinema no governo pós-colonial, a narrativa adotada no filme reforçava a importância da ação da FRELIMO e de sua luta pela libertação em prol de uma independência nacional.