Lutar e Criar uma Nação

Os caminhos trilhados para a edificação da Nação e dos Estados independentes em contextos africanos é plural. A construção da Nação passou por momentos distintos para os casos africanos de colonização portuguesa, como os de São-Tomé e Príncipe, da Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola ou Moçambique. As lutas de libertação iniciadas nos anos 1960 foram promovidas por grupos como o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o Movimento pela Libertação de Angola (MPLA) ou a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Após a Revolução dos Cravos, em 1974, que colocou fim ao regime autoritário em Portugal, e a conquista das independências, em 1975, iniciou-se um segundo momento, marcado pela implementação das políticas de construção dos Estados nacionais independentes.

 

Propaganda política do Movimento Popular de Libertação de Angola, s.d. Fundo Voz Unidade Fotografia 00124 Angola


3. Propaganda política do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)

 

PAIGC (Partido Africano de Independência de Guiné Bissau e Cabo Verde), s.d. Fotografia de Samuel Lavelberg (Agência F4) Fundo Voz Unidade Fotografia 00814.  Guiné-Bissau.


4. Propaganda política em um muro da Guiné-Bissau: PAIGC (Partido Africano de Independência de Guiné Bissau e Cabo Verde), FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e MPLA

 

Ao longo da história, foram forjadas variadas maneiras de criar a Nação e construir o aparelho estatal. No entanto, não devemos confundir a criação de estruturas de um Estado moderno com a promoção da identidade nacional. Para os contextos africanos, os projetos propostos pelo PAIGC, MPLA e FRELIMO, que assumiram a dianteira na construção do Estado nacional, constituem dimensões particulares desse processo. Outras são as da própria identidade nacional desses países, que passou – e ainda passa – por variadas disputas. A heterogeneidade populacional dos espaços geográficos angolanos, guineenses, cabo verdianos ou moçambicanos, de maneira geral, foram compreendidas pelos movimentos de libertação como um obstáculo para a elaboração de uma singularidade que representasse o “povo”. No pós-independência, o elencar de heróis e heroínas, datas comemorativas, símbolos, ou uma forma específica de pensamento político, promovidas pelos grupos vitoriosos das lutas de independência, que assumiram para si a empreitada de construir o Estado nacional e de forjar uma identidade nacional específica, esforçaram-se por apagar e marginalizar demandas divergentes. Deslegitimando-as como étnicas, regionais ou “obscurantistas”, o cerceamento da heterogeneidade causou marcas traumáticas em vários grupos populacionais.

 

 

Atual: 1º Aniversário da Independência de Angola, 1976. Bambirra. Fundo Luís Carlos Prestes.  Pasta 230 Angola.


5. Trecho do documento celebratório do 1º Aniversário da Independência de Angola, 1976:​​

“O 11 de novembro de 75 configurou o término de 5 séculos de domínio colonial português sobre o povo angolano. Quando da proclamação da independência, os agressores estavam a 40 Km de Luanda e nutriam a esperança de destroçar a República Popular, dividí-la e saquear suas riquezas. (...) A decisão revolucionária, o heroísmo e o espírito de sacrifício do povo angolano e da sua vanguarda armada, as FAPLA, sob a direção do MPLA frustraram os objetivos imperialistas”. 

 

 

14 de Abril Dia da Juventude Angolana, s.d. Departamento de Orientação Revolucionária -  MPLA. Fundo Teatro Oficina.  Cartão Postal 001 Angola.


6. Cartão postal: 14 de Abril Dia da Juventude Angolana

 

 

Expo: Um Ano de Revolução, 1975. Fundo Centro de Pesquisa e Documentação Social Cartaz 0635 Portugal


7. Cartaz: Expo Portugal um Ano de Revolução

 

 

25 de Abril de 1974, s.d. Teatro Oficina.  Cartão Postal  0002 Portugal.


8. Cartão postal: 25 de Abril de 1974

 

 

Amílcar Cabral. Cabo Verde – Partido Africano da Independência de Cabo Verde, 1983. Fundo Luís Carlos Prestes.  Cartaz 0032 Cabo Verde.


9. Cartaz: Amílcar Cabral. Cabo Verde – Partido Africano da Independência de Cabo Verde

 

 

Partido Africano de Independência de Guiné Bissau e Cabo Verde, s.d. Fotografia de Samuel Lavelberg (Agência F4) Fundo Voz da Unidade  Políticas Internacionais Fotografia 0818 (frente e verso) Guiné-Bissau.


10. Membros do PAIGC (frente e verso)

 

 

Partido Africano de Independência de Guiné Bissau e Cabo Verde, s.d. Fotografia de Samuel Lavelberg (Agência F4) Fundo Voz da Unidade  Políticas Internacionais Fotografia 0816  Guiné-Bissau.


11. Manifestação do PAIGC