Tornar-se independente significou assumir a responsabilidade de contar uma história diferente daquela narrada pelos colonizadores. Pretendeu-se historicizar a luta anticolonial de maneira íntima à construção da FRELIMO e dos projetos de nacionalidade moçambicana defendidas pelo movimento.

12. Construindo os símbolos nacionais: a bandeira de Moçambique. Cena do filme "25".

13. Símbolos da independência moçambicana. Cena do filme "25"

14. A vitória contra o colonialismo: derrubada das estátuas portuguesas em Maputo. Cena do filme "25"

15. Comunicado conjunto Frelimo - Partido Comunista Brasileiro, de 1 de Julho de 1977:
“A convite do Comitê Central da Frelimo e do Presidente da FRELIMO, Camarada Samora Moises Machel, de 24 de Junho a 1 de Julho de 1977, em visita de amizade militante, uma delegação do Partido Comunista Brasileiro (PCB), dirigida pelo seu Secretário Geral, Camarada Luís Carlos Prestes. O Camarada Luís Carlos Prestes e a delegação do PCB foram recebidos de uma forma calorosa pelos militantes da FRELIMO e pelo povo Moçambicano em geral, numa manifestação de amizade e solidariedade internacionalistas existentes entre os dois Partidos, forjadas no longo combate comum contra o fascismo, o imperialismo e a exploração do homem pelo homem. No decurso da sua estadia na República Popular de Moçambique, o Camarada Luís Carlos Prestes acompanhado pela sua delegação, participou nas comemorações do 15º Aniversário da fundação da FRELIMO e 2º Aniversário da Independência de Moçambique, festejando a data em conjunto com a população da capital Moçambicana".
As teses defendidas nos Congressos da FRELIMO pautaram as diretrizes políticas para a construção do Estado moçambicano, tanto durante a luta pela independência, como no período pós-colonial. O 1º congresso ocorreu em 1962. O 11º e último em 2017. O 4º congresso, de 1983, foi o segundo após 1975. Nele buscou-se reforçar, dentre outros pontos, o caráter socialista da independência moçambicana e do movimento independentista, a defesa da FRELIMO como partido único que trazia o sustentáculo da estabilidade nacional e a necessidade da continuidade da luta contra o imperialismo. No exercício de reescrever o passado moçambicano, na década subsequente a independência falar sobre a formação e trajetória da FRELIMO era entendido como uma maneira legítima de narrar a criação de Moçambique como nação.

16. Trecho de "O Processo da revolução democrática popular em Moçambique", 1980, de Samora Machel:
“Durante muito tempo e sobretudo para a maioria dos observadores dos países ocidentais, o colonialismo português aparecia como uma manifestação quase arqueológica, um capricho anacrônico dum ditador que vivia ainda à hora da Conferência de Berlim. Uma campanha de propaganda bem orquestrada, sobre as virtudes únicas dum colonialismo que se pretendia multiracial e se drapejava das supostas virtudes dum luso-tropicalismo de recente invenção, contribuía a que se entretivesse aqui e acolá ilusões sobre a benevolência da exploração colonial-portuguesa. A censura rigorosa, a repressão feroz, o obscurantismo cultural sistemático, a cuidadosa seleção dos visitantes aos territórios e a ainda mais cuidadosa escolha de itinerários, permitiam que uma pesada cortina de silêncio e ignorância mantivesse as colônias portuguesas isoladas do mundo. O desencadeamento das lutas armadas de libertação no período entre 1961-1964, assestou um golpe mortal às campanhas de propaganda que faziam dos povos das colônias portuguesas povos felizes por que submissos”.

17. Capa do "Conjunto das teses para o 4º Congresso do Partido FRELIMO", ocorrido em 1982

18. Construir uma nova nação passou por escrever e ensinar uma nova História separada da História de Portugal. Cena do filme "25"

19. "História da Frelimo", de 1983

20. Celebrações pela independência. Cena do filme "25"

21. Celebrações pela independência. Cena do filme "25"