Tornar-se independente significou assumir a responsabilidade de contar uma história diferente daquela narrada pelos colonizadores. Pretendeu-se historicizar a luta anticolonial de maneira íntima à construção da FRELIMO e dos projetos de nacionalidade moçambicana defendidas pelo movimento.
As teses defendidas nos Congressos da FRELIMO pautaram as diretrizes políticas para a construção do Estado moçambicano, tanto durante a luta pela independência, como no período pós-colonial. O 1º congresso ocorreu em 1962. O 11º e último em 2017. O 4º congresso, de 1983, foi o segundo após 1975. Nele buscou-se reforçar, dentre outros pontos, o caráter socialista da independência moçambicana e do movimento independentista, a defesa da FRELIMO como partido único que trazia o sustentáculo da estabilidade nacional e a necessidade da continuidade da luta contra o imperialismo. No exercício de reescrever o passado moçambicano, na década subsequente a independência falar sobre a formação e trajetória da FRELIMO era entendido como uma maneira legítima de narrar a criação de Moçambique como nação.