Em maio de 1901, Luiz Dias Araújo convidou um grupo de pessoas para fundar a Sociedade Beneficente Antônio Bento. O objetivo era recolher fundos para a comemoração anual do 13 de maio. Sem uma sede própria, realizavam festas no largo da Igreja Santa Cruz e no pátio da Escola Agrícola, em Piracicaba.
Em 1908, os estatutos da associação foram reformulados e ela ganhou um novo nome: Sociedade Beneficente 13 de Maio. Além de comemorar a Abolição, ampliou suas atividades. Começou a oferecer serviços médicos e farmacêuticos, assistência jurídica, bem como ajuda financeira e funerária aos sócios e suas famílias. Havia também a preocupação em garantir aos negros e negras de Piracicaba espaço de convivência, onde pudessem desenvolver ações culturais, esportivas e de lazer.
Durante toda a sua trajetória, a Sociedade enfrentou dificuldades. Chegou a fechar em 1914, voltando a funcionar em julho de 1921. Mesmo assim, nesse período, o 13 de maio continuou a ser comemorado e alguns bailes foram realizados em casas dos sócios. A Sociedade voltou a ter sede própria somente em 1948. Muita gente trabalhou na construção da nova sede, o que mostra sua importância para a população negra piracicabana.
Também em 1948, a Sociedade ganhou um novo Estatuto. Nele, o destaque maior era a educação. Além da Escola Noturna, que funcionava desde 1935, estava prevista a criação de um jardim de infância e de escolas de educação doméstica, para os filhos e filhas dos associados. Também havia a intenção de manter quantas escolas estaduais o governo permitisse. Esse interesse pela instrução dos sócios permanece no Estatuto de 1963.
Com todas essas atividades, marcou a história: estabeleceu relações com a sociedade civil e o governo municipal de Piracicaba. Hoje é reconhecida na cidade e em todo o país como uma entidade importante na luta contra a discriminação racial. Nos próximos paineis você conhecerá um pouco mais suas ações.